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Capítulo 3 - Outra face [O Último Amanhecer]


Saw - Final Theme( Musica tema do capítulo)

Volterra - Um Mês Antes...
Os três senhores estavam reunidos no salão principal, cercados por sua guarda a espera de Heidi com a refeição. Marcus com seu mesmo semblante apático e entediado olhava para o nada, Caius com a sua mesma carranca arrogante olhando a todos com a mesma petulância superior e quanto a Aro olhava para sua guarda admirando sua bela coleção de preciosidades poderosas, no entanto suspirou por falta de duas peças importantes e de sua total ambição: Edward e Alice Cullen...
Desde o dia em que conheceu o intrigante talentoso telepata, se viu fascinado por seu dom mesmo ele tendo um dom similar, mas que somente era dado ao tocar em mãos para ver todos seus pensamentos passados, lembranças, tudo até mesmo o que já fora esquecido. Porém o dom de Edward era algo interessante e o desejo por tê-lo ao seu lado na guarda junto com sua irmã vidente era o seu maior foco de cobiça.
Contudo, Edward trouxe sua amada humana que se mostrou obter um talento de que por sua vez quando for uma deles seria um dom também intrigante... No entanto a recusa dos três em pertencerem à guarda não abalou ou repeliu o desejo de tê-los ao seu lado. Aro era astuto e uma hora encontraria uma forma de tê-los, como sempre foi quando queria algo. Ele recebera o convite do casamento, como uma prova de que em breve cumpririam a promessa de transformar Isabella e de bom grado ele retribuiu em agradecimento com um presente valioso dando jus a futura nova senhora Cullen.
Nessa certeza de que futuramente teria novos integrantes para compor sua guarda Aro sorriu, enquanto acariciava a mão de sua guarda costas Renata, um escudo físico, que repelia qualquer ataque caso algum vampiro tentasse atacar seu mestre.
–Heidi está demorando. - murmurou Caius ao lado esquerdo de Aro.
Aro deixou de tocar a mão de sua guarda repousando no braço de seu trono olhando por um instante com seu sorriso cortês para seu irmão.
–Paciência caro irmão. Paciência... - disse.
Ao dizer isso, imediatamente era possível escutar passos e o som de vários corações baterem freneticamente próximo ao salão. A refeição estava chegando.
–A nossa refeição chegou. - anunciou Aro para que somente os que estivessem ali ao seu redor escutassem.
Ele levantou de sua poltrona se posicionando como um anfitrião ao receber convidados em sua casa. E sem demoras a enorme porta de madeira se abriu surgindo entre ela um grupo grande de turistas que olhavam ao redor admirados com a beleza do lugar, mal sabendo o seu futuro, breve destino trágico.
–Sejam bem-vindos a minha casa! - exclamou Aro se aproximando e no momento em que todos escutaram o “clic” da porta sendo trancada, tudo aconteceu rápido demais.
Gritos estrondosos, desespero em massa, era o centro de todo o massacre que estava acontecendo dentro daquele nobre salão. Todos os vampiros saciavam a sua sede, porém algo aconteceu.
Renata terminava de abater sua quinta presa humana, se deleitando com o líquido quente escorrendo por sua garganta... Ao fechar os olhos se deliciando com seu alimento, tudo em sua volta ficou em silêncio... Não havia som de gritos das vítimas, nem o som dos dentes de seus amigos fincando na carne de cada humano ali, nem ao menos o som de cada golada obtida por cada um que se alimentava. Somente o vazio.
Com o susto ela deixou cair sua presa abatida, seca, sem vida ao chão, enquanto seus olhos já abertos focaram o nada, visando somente uma imagem em sua frente. Seu corpo paralisou e nada em sua volta tinha sentido, somente a imagem que passava por seus olhos.
Renata sentiu um desejo de gritar, de implorar que a tirassem dali, mas não conseguia emitir qualquer som. Ainda assim ela sentia o desejo de procurar resposta, como: O porquê dela estar vendo aquilo... Que propósito tinha, o que aquilo significava. Um novo dom junto com o que ela já possuía?
–MESTRE! - ela berrou em desespero por ajuda.
Ela não tinha certeza se o que estava a sua volta era o real, ou uma ilusão. No entanto Aro ao escutar sua guarda lhe chamar voou até ela, mas não com a intenção de socorrê-la e sim imaginando que poderia estar prestes a ser atacado ou traído por uma de suas jóias preciosas. Porém fora um engano. Todos olhavam para a cena sem entender o que estava acontecendo.
Aro ao ver a expressão atordoada e paralisada de Renata, se colou mais a ela...
–O que está acontecendo minha cara? - sua pergunta não obteve resposta, pois Renata estava em um completo estado de transe.
Com isso Aro tocou a sua mão, imediatamente sendo tomado pelo mesmo transe e tendo a resposta de sua pergunta.
“Uma criança estava nascendo. Era possível sentir o cheiro de sangue... Logo após o seu choro provando sua vida...
Não era possível ver a mãe, ou pai, somente o bebê sendo alimentado pelos seios maternos ainda cobertos de sangue...
O quadro e as imagens mudaram, trazendo um frio, causando tremores em seu corpo gelado de mármore... Sensações não sentidas mais após sua transformação para o mundo vampiresco, porém esse tremor o assombrou.
Novamente as imagens mudaram, ao mesmo tempo permanecendo a sensação de frio...
Uma campina coberta pelo gelo, o mesmo recém nascido no meio dela, chorando a plenos pulmões, coberto de sangue ...”Que humano seria capaz de deixar um inocente desnudo ao meio da neve, a ponto de morrer?” Ante essa pergunta mental, surge um lobo enorme, semelhante altura ou até maior que um cavalo e sua pelagem ruiva em tons marrons mesclando era esplêndida, todavia os olhos negros daquele enorme lobo refletia ódio, puro ódio... Seus dentes expostos, ele rugia um rosnado feroz a ponto de fazer com que a terra coberta pela neve tremesse.
Não poderia definir se o lobo surgiu em defesa ao bebê, ou se o bebê havia se transformado no lobo. Porém a resposta foi dada no momento em que o lobo deu passadas a frente cautelosas mostrando posição de ataque, pois assim via-se que não havia mais um bebê ali e ao contrário disso, haviam pilhas e pilhas de corpos sendo queimados. Era um tamanho sem igual à quantidade abatida que havia ali... Como se tivesse dentro da visão, olhou a seus pés vendo várias correntes com um pingente em cada um com a letra representada como brasão Volturi.
Nesse momento era possível identificar os copos em chamas, capas negras viravam cinzas . E ali em cada pilha era cada membro da guarda, porém havia outros que não pertenciam à guarda, ainda assim eram vampiros... Como também o clã ,que por muitas vezes desejou seu fim: Os Cullens.
Era impossível de acreditar que um só lobo fez tamanho estrago, mas ali estava a prova, o lobo gigante parado a metros rosnando em direção de alguém... O lobo se aproximou ainda mais e antes de concluir seu ataque surge mais alguns vampiros, entre eles estão Jane, Alec, Renata... E por suas expressões cada um está usando o seu poder contra o lobo gingante, mas parece não estar funcionando. Ele aumenta o ritmo de sua aproximação , correndo aos que os atacam. Com uma simples dentada arranca a cabeça de cada um, mostrando uma força raivosa, uma imunidade sem igual contra os mais temidos e perigosos dons, abatendo todos em um piscar de olhos.
“O que é isso? O que está acontecendo?”- uma pergunta mental surgia, mas a única resposta que veio foi escutar o som de um guincho emitido de sua cabeça sendo arrancada.
Saindo do transe Aro encarava Renata incrédulo, aterrorizado, sem ao menos entender o que aquilo significava.
–Mestre?!
–O que aconteceu Aro?
Eram várias perguntas, mas Aro só tinha o intuito de conseguir entender o que aquilo significava... Sem responder a ninguém ele sentou-se em seu trono novamente ponderando e refletindo... Recapitulando cada cena daquela visão.
O nascimento de uma criança... Um lobisomem muito forte, imune a todos os dons vampirescos... Somado a isso só havia uma resposta.
Dada a interpretação Aro olhou a todos a sua volta, sua guarda e seus irmãos.
–Temo que nossa raça esteja perto de ser extinta. Não podemos permitir que isso aconteça. - ele disse em plenos pulmões.
Todos se entre olharam sem entender... Mas foi Marcus que deu voz as dúvidas e incredulidade de todos ali.
–Do que está falando Aro?
Aro olhou para seu irmão por um instante e novamente voltou seu olhar para todos começando a explicar.
–Meus caros... Sei que perecerá estranho a todos, como também é estranho a mim, como Renata sendo um escudo teve uma visão do nosso futuro. - estas palavras trouxe murmúrio, porém cessados pelos contínuos relatos de Aro. -Uma criança nascerá, no entanto ela se tornará algo que matará a todos nós. Toda a nossa raça. Transformando-se em uma espécie inimiga imune a nossos dons e possivelmente muito mais forte do que todos nós...
–Aro, tem certeza disso? Como isso pode ser possível? E de que raça está falando? - dessa vez foi Caius que esboçou sua incredulidade.
Aro olhou para ele vendo em sua expressão horror e sabendo que tipo de raça inimiga atordoava o seu irmão. Aro sabia que não se aplicava a mesma espécie, e que certamente era especial e diferente do que se aplicava a um filho da lua... Até porque a visão foi dada durante o dia, um dia nublado, somente escurecido pela fumaça devido as chamas crepitando os corpos.
–Se teme pelo nosso antigo inimigo Caius, digo que sim e não. - respondeu Aro deixando Caius a ponto de rosnar.
–O que quer dizer com isso?
–Quero dizer que é uma nova espécie de lobos, que se transforma na luz do dia. - com essa resposta de Aro, Caius perdeu o foco de sua visão totalmente. Só não saberia se sua expressão mostrava o medo, a fúria crescendo internamente.
–Se o que está falando é certo, como saberemos quem é? - perguntou Marcus, mostrando certa descrença em seus olhos vermelhos sangue.

–Meu caro irmão... Simples. - Aro olhou novamente para sua guarda que ainda tinham expressões indecifráveis e espantosas e disse. -Quero que se dividam em grupos de três e partam imediatamente à procura de nômades e clãs permanentes em suas terras dando-lhes a mensagem: Se algum deles tiverem o conhecimento de algum ser ou encontrarem qualquer rastro ou indícios de que há algum lobisomem, procurem se certificar que esse ser tem alguma fêmea, ou que esteja grávida, ou tenha dado a luz. E caso aconteça, não hesitem em matar essa criança, ou não permiti-la nascer. Ela não pode ficar viva após seu nascimento, se possível que não chegue a nascer.
Murmúrios insondáveis ecoavam no meio do salão, pois era difícil de acreditar que tinha mesmo uma ameaça, mas verdade ou não a guarda cumpriria as ordens do mestre.
Com as ordens dadas cada um fora cumpri-las... Aro tentou estudar o que levou Renata a ter essa visão, mas a única coisa que veio a conseguir entender da única lembrança da visão era que de fato essa criança representava o perigo a todos. Renata não teve uma visão semelhante ou até uma resposta de que conseguiriam dar cabo do inimigo. Porém cada clã, cada nômade estariam alerta e quem não queria ter sua vida extinta cumpriria a risca as ordens dadas.
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Residência Cullen – local “Salão de Festa” – Um Mês Depois...
–Eleazar! Que bom vê-lo novamente... - cumprimentou Carlisle como um bom anfitrião.
–Fico feliz também em vê-lo novamente. - Eleazar tentou sorrir cordial, porém sua postura não era tão tranquila, havia certo desconforto e se não fosse pelo seu alto controle poderia jurar que o sangue humano estava o incomodando. Porém, era visível que havia algo incômodo no semblante dos Denali.
–Tanya, Kate, Carmem, Irina. - Carlisle as cumprimentou e ao ver Irina veio à surpresa, pois ela havia resguardado um rancor pelos Cullen devido à aliança passada deles com os lobos de La Push e recusaram a permissão de permiti-la se vingar pela morte do seu amor Laurent.
–Carlisle... - elas o cumprimentou com sorrisos em seus rosto perfeitos, com exceção de uma que deixava evidente que o seu sorriso não era tão sincero.
Mas Carlisle sentia que havia alguma tensão em todos e resolveu averiguar.
–Algum problema? Parecem preocupados...
Todos se entreolharam cautelosos, mas Irina permaneceu com sua expressão indecifrável. E por fim Eleazar tomou a frente.
–Acho que não é um momento oportuno para conversarmos sobre isso, estamos em uma festa e precisamos cumprimentar os noivos.
Sem motivos para insistir Carlisle assentiu e os conduziu para cumprimentarem os noivos.
–Edward senti saudades de você. - Tanya se atracou a Edward não se importando com Bella ao seu lado.
Diferente de uma noiva que deveria estar enciumada Bella perecia tranquila, mas Edward se desvencilhou de Tanya sorrindo sem jeito.
–Você está ótima Tanya, deixe-me apresentar minha esposa. - ele tocou as mãos de Bella a trazendo para si. -Tanya essa é minha Bella.
A Loira sorriu cordial cumprimentando-a.
–Bem vinda à família Bella. - disse.
Todas a cumprimentaram e felicitaram o casal, no entanto Irina foi a única que se manteve seca, seus pensamentos eram vagos e nem mesmo Edward pode decifrá-los. Como uma convidada cumprimentou Bella o mais tranquilamente possível, mas ao se aproximar de Bella, algo chamou atenção ao olfato de Irina a deixando intrigada, acima de tudo uma suspeita veio em sua mente, mas tentou imediatamente escondê-la, pois para tudo há seu tempo...
Assim que acabaram com os cumprimentos aos noivos seguiram para seus lugares.
–Que cara é essa irmã? - Carmem perguntou percebendo o semblante de Irina.
Mas antes que Irina respondesse Kate se manifestou.
–Oras Irina... Se vir a este casamento te faria mal, não deveria ter vindo...
–Não é isso. - defendeu-se. -Tem algo muito estranho com a esposa de Edward.
Todos à mesa franziram a testa.
–Do que está falando irmã? - perguntou Tanya tocando em sua mão.
–Estou dizendo que tem algo estranho... - murmurou incrédula.
–Como assim? - dessa vez foi Eleazar quem perguntou.
–Vocês não perceberam quando estavam próximos a ela? Confesso que se não estivesse atenta não teria percebido, ainda mais com Edward grudado nela com seu cheiro impregnando-a. - ela explicou.
Ainda assim ninguém estava entendendo o que Irina estava dizendo e vendo isso ela continuou a falar.
–O cheiro dela não estava puramente humano... E pelo que sabemos da história de Edward com ela o sangue dela é bem tentador e ao contrário disso se mostrou ser repulsivo.
–Aonde quer chegar com isso irmã? - perguntou Carmem.
–Não sei... Algo me diz que não é boa coisa... - a voz de Irina morreu e seu olhar seguiu em direção ao lado exterior da festa. Por um vislumbre e uma pequena rajada de vento ela sentiu um cheiro repulsivo e inevitavelmente um rosnado trovejou de sua garanta.
Seu instinto dizia para ela seguir até o foco de sua repulsa e dilacerá-lo em mil pedaços e por fim ter uma parcela de sua tão sonhada vingança feita, mas antes que fosse guiada pelo seu desejo sentiu mãos a segurarem e mantê-la sentada no mesmo lugar.
–Irina se controle, tem humanos por perto. - a voz de Kate fez com que ela voltasse a ter um pouco de coerência e percebeu que suas irmãs perceberam a presença de um lobo na festa também.
–É difícil me controlar. - ela vociferou entre dentes sentindo todo o ódio amargar em sua garganta.
–Mas tem que fazer, não viemos para isso e além do mais eles são aliados dos Cullen e não desejamos criar um laço de inimizade logo agora que tem algo muito importante e grave por vir... Nesse momento temos que estar todos unidos. - disse Tanya.
Sim, por mais que fosse tentador ir até um dos infelizes que mataram o seu companheiro e matá-lo, o certo era ela se controlar mesmo, pois Tanya estava certa e o que estava por vir era o que lhe daria a chance de ter sua vingança. Muitos ainda não sabiam da existência de lobisomens de uma espécie diferente nessa mera cidade, só os Denali, no entanto era óbvio que seria aqui o foco da destruição vampiresca. E Irina sabia dessa preciosa informação... Ela poderia usar esse trunfo para ter finalmente sua vingança, no entanto ela optou em tê-la produzida por suas próprias mãos, sendo assim dessa vez Carlisle não poderia ficar ao lado dos lobos e contra os seus e os mesmos que negaram ajuda serão os mesmos que ajudarão em união por fim a esses seres abomináveis... E como diz o ditado: A vingança é um prato que se come frio.

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Uma hora depois...
As coisas se agitaram, não por a festa estar animada e sim porque estranhamente a noiva passou mal desmaiando. Carlisle foi examinar a nora e Esme tentou acalmar os convidados que aos poucos ao receber a notícia de que Bella estava bem se despediram e ofereceram ajuda solicitamente. Com isso a viagem de lua de mel foi adiada, pois a proteção em excesso de Edward preferiu manter Bella em repouso.
Mesmo antes, sem notícias, os únicos que sabiam do real motivo do mal estar de Bella eram os Cullen e os Denali, que estavam entre os convidados, suas audições lhe trouxeram a verdade e por sua vez era uma certa confirmação à uma pessoa, Irina... Ela observou em uma parte da festa o cão fedido cercando a esposa de Edward e o cheiro que ela sentiu vindo de Bella era similar ao dele, sendo que ele ainda não havia chegado quando ela inalou o odor... E também não podia negar que os olhos de Bella estavam mortos ao lado de Edward e toda vez que seus olhos cruzavam com o do cachorro eles ganhavam vida... Era óbvio que existia alguma coisa, uma ligação muito forte, com a patética humana que Edward tomou como esposa e o cachorro.
Quando somente havia a família todos estavam reunidos na sala de estar da mansão... Mas ao som de passos descendo as escadas olharam nessa direção. Edward descia com uma expressão fria, nada comparada com a sua contínua fachada de bom moço.
Seus olhos faiscavam puro ódio, mas ele tentava manter a mesma fachada... Ali, todos aparentavam preocupação e descrença por Bella estar grávida, assim deduzindo que o filho poderia ser de Edward.
–Sua esposa pulou a cerca Edward. - provocou Irina com um sorriso debochado.
Todos encaravam Irina como se sua brincadeira de mau gosto fosse em uma hora errada, porém ela não se abalou com os olhares reprovadores.
–Irina, isso não é hora para provocações... - repreendia Tanya, mas Edward a interrompeu respondendo de forma tranquila.
–Não sei do que está falando... O filho é...
–Seu? - ela o interrompeu para em seguida gargalhar e continuar soltando seu veneno. -Me poupe Edward, pois é uma grande mentira. Sua esposa está grávida de outro, até porque nossa raça não concebe filhos, bom, eu nunca vi.
–Tudo tem sua primeira vez. - ele rebateu, mas não abalou a Irina que sorriu ainda mais satisfeita.
–Mas não com você... Antes do cachorro vira lata que vocês tem como amigo chegar eu senti algo diferente em sua esposa. O seu cheiro... A princípio não entendi e me resguardei, mas depois chegou o cão sarnento e percebi que o cheiro dele estava semelhante ao de sua esposa...
–Aonde quer chegar com isso...? - perguntou Edward com uma expressão indecifrável.
–Como eu disse Ed... Sua esposa pulou a cerca. Acho que ela quis experimentar um ato de zoofilia... Nojento, mas fez e parece que vem um filhote de estimação... - ela ironizou adorando a expressão furiosa de Edward.
Ele esboçou um rosnado, no entanto Irina resolveu mudar de assunto, pois dada as circunstâncias, veio-se também uma confirmação...
–Sei que é doloroso Edward, mas acalme-se que apesar de não ser natal, o papai Noel lhe dará um belo presente.
Edward encarava Irina não mostrando emoção até que em sua voz apática ele exclama toda a sua raiva.
–Aquele cão imundo... Como ele ousou tocar na minha Bella... Com certeza ele a manipulou, jogou com os sentimentos dela por ele... - ele dizia entre dentes, moderando o seu tom de voz e por fim assumindo a visível traição de sua amada.
–Até parece... Se ela não quisesse nunca teria permitido. Ela o ama também...
–Cala a boca Rosálie. - Edward berrou olhando de uma forma mortal para sua irmã. Ela sabia e tinha fé que Bella poderia mudar de idéia e talvez tenha mudado, mas no fim tudo a levou ao seu casamento com Edward, mas agora a prova de seu retrocesso estava em seu ventre.
Todos os Denali mantinham-se em silêncio, olhando toda a cena, só esperando o momento certo de contar o que estava por vir com a gestação de Bella. Sim eles como Irina perceberam onde essa gravidez de Bella os levaria e isso mostrava o quanto verdadeira era a visão do destino de cada ser da raça vampiresca.
A discussão sucedeu por alguns minutos, até que Eleazar se manifestou, dando voz ao que deveria contar.
–Carlisle, me desculpa me intrometer, mas temos algo a contar a vocês.
Carlisle olhou para o amigo incrédulo, mas compreendendo que havia algo muito grave para dizer, só não entendia o que teria a ver com a sua família.
Do outro lado da sala Irina vibrava por dentro de satisfação, pois a faca e o queijo estavam em suas mãos. Bella esperava o filho de um cão e o nascimento desta criança traria uma nova evolução dos lobos, onde ele seria forte e imune aos dons dos vampiros e traria extinção para a raça vampiresca.
–Como é que é? - Edward olhou em direção de Irina que tinha todos os seus pensamentos voltados ao que estava acontecendo.
Irina não disse nada, somente sorriu de canto. Vendo o susto de Edward Carlisle se manifestou.
–O que foi meu filho? - ele se aproximou colocando sua mão nos ombros de Edward que encarava Irina.
Mas antes que Edward respondesse Eleazar tomou a frente contando tudo o que estava acontecendo... Sobre a visão de Renata a guarda costa de Aro, que por sua vez não tinha o dom de ver o futuro e sim ser um escuto físico. Dada a visão onde uma criança de sangue lupino seria uma nova evolução de uma raça inimiga e que traria a extinção dos vampiros, e com isso Aro ordenou que uma parte de sua guarda saísse com o decreto de que se essa criança cruzasse o caminho de algum deles, que fosse morta imediatamente, antes que se tornasse um perigo maior.
Com esse decreto muitos clãs já estavam alerta, mas como seria uma missão cansativa e longa o decreto se espalhava entre os clãs notificados e decretados. E por sua vez é onde entra Irina... Devido a sua dor pela morte de Laurent e ter sua vingança renegada ela saiu pelo mundo a procura de alguma paz, que nunca veio, até o dia em que encontrou Alec e Demetri, uns dos guardas Volturi, que lhe contaram e ordenaram a passar a informação que tinham lhe dito, sendo assim Irina se agarrou a uma chance de obter sua vingança, pois ela sabia por onde supostamente essa tal criança poderia nascer. Justamente onde seu Laurent foi morto, filho de um dos seres infelizes que o matou.
Só que ela em parte nunca imaginou que o filhote de cão estivesse debaixo de seu nariz. Pois a Bella de Edward era a magnífica que traria ao mundo o ser que traria o fim da espécie de vampiros.
E com isso surgia a guerra se sobrevivência.
–Então por isso que veio? - acusou Edward a Irina por seus motivos por vir ao casamento.
–Se está se referindo a saber onde essa tal criança poderia nascer, sim. Só não imaginava que a sua Bella seria a fêmea que traria ao mundo o ser que dará fim a nossa espécie. - ela respondeu seca.
–Mas é claro! - exclamou Eleazar chamando a atenção de todos. -Bem que senti algo especial na sua companheira Edward.
–Companheira dele não! Companheira do lobo, já que ela copulou com ele e está esperando um filho, prova de sua infidelidade e de que não ama tanto assim o Edward. - Irina não perdeu a oportunidade de alfinetar Edward, pois ela não mantinha uma certa simpatia pelo vampiro desde que o viu rejeitar sua irmã por várias vezes... “Escolheu tanto e no fim sua amada lhe deu um belo par de chifres. As fêmeas de sua espécie são mais fiéis aos seus homens do que humanas frívolas e instáveis.” Ela pensou.
Edward não pode contar o seu rosnado de fúria em direção a ela, mas Carlisle o conteve.
–Acalme-se meu filho. Temos um problema para resolvermos.
Edward se manteve em silêncio, voltando a encarar o nada, mas deixando nítido a dor da traição de sua amada e a fúria do cão que a tomou como mulher em seu lugar. Bella era dele, preservou sua pureza para tomá-la e selar a ela como sua para toda eternidade, mas agora não poderá fazer isso.
Percebendo que havia muito que decidir Carlisle tomou novamente a frente.
–Bom Eleazar... O que exatamente você percebeu em especial em Bella? E o que tem de estranho ou a ver com uma grande ameaça devido a sua gravidez?
Sem hesitar Eleazar respondeu.
–Ela aparenta ter um dom puramente mental, ou seja, ela sente um bloqueio vindo dela, algo forte...
–Edward não consegue escutar os pensamentos dela. - disse Alice pela primeira vez.
Eleazar olhou para ela e em seguida para Edward que parecia longe em seus pensamentos. Por fim ele concluiu sua teoria certeira.
–Sendo assim, não há mais dúvidas... Essa criança que a esposa de Edward espera é a criança que trará a extinção de nossa raça... Agora está bem claro.
–E o que isso significa? Quer dizer, ainda não entendo o que tem a ver esse possível dom da Bella com essa criança... - perguntou Esme que estava ao lado de Carlisle.
–Esse dom pode passar de forma hereditária para essa criança e em conjunto com seus genes lupinos trará um evolução que se propagará em uma destruição em massa... E isso significa que temos que impedir o nascimento dessa criança, matá-la antes que venha ao mundo. - para o espanto de todos a resposta veio de Edward que olhava fixamente para todos concluindo através dos pensamentos de Eleazar a resposta.
–Edward tem certeza? Isso pode magoar a Bella...
–Está pensando mesmo que irei criar o filho de um cão que vai matar a todos nós? Sem se importar que lutamos para ele viver, para no fim nos olhar como escória e nos matar? Não, isso nunca. - ódio e rancor fervilhavam nos olhos de Edward no momento em que ele interrompeu Alice.
Seria hipocrisia se todos ali realmente quisessem manter a criança a salvo, pois mesmo sua família se mostrando tão pacífica aos humanos, ninguém ali queria a morte e a preocupação com o bem estar de Bella surgiu por saber que Edward a ama, mas com relação a criança todos queriam e fariam de tudo para dar o destino devido a ela... “A morte.”
–Como pretendem fazer para matar o embrião? - a pergunta curiosa surgiu de Tanya que mais uma vez se aproximou de Edward acariciando o seu rosto mostrando a sua aprovação com a morte do bebê. Ele podia ver o quanto oportuno essa situação era para suas investidas e o levou a constatar que ela nunca perderá as esperanças com relação a ele. Dada essa constatação Edward não se afastou e sim respondeu a ela, mas voltando a olhar seu pai que encarava a cena.
–Remédios abortivos... Carlisle como médico pode cuidar dela e medicá-la com remédios dizendo que são vitaminas, mas na verdade vão fazê-la abortar.
–Sim, podemos montar uma espécie de enfermaria em algum dos quartos, dizendo ser para uma emergência e quando Bella passar mal perdendo o bebê faremos aqui mesmo os procedimentos para ela expelir o embrião. - disse Alice com um tom especulativo.
–E o que dirão depois para Bella? - perguntou Rosálie com uma expressão indecifrável e seus pensamentos estavam em branco para Edward.
Edward naquele momento não escutava nada a não ser sua própria raiva gritar dentro de si.
–Simples... Foi um aborto espontâneo e muitas mulheres chegam a perder o bebê na primeira gestação. - respondeu Carlisle em seu tom de médico.
–Eu... Eu... Eu não acredito que vocês estão mesmo planejando a morte de um bebê. - Rosálie não pode conter sua indignação.
–Você prefere que todos morram para uma criança viver? Amor... Não deixe o seu desejo impossível de ser mãe falar mais alto... É a nossa existência que está em jogo. - disse Emmet se aproximando de sua companheira que lhe dirigiu um olhar fulminante o repelindo de seu toque.
Claro que Rosálie seria do contra e com certeza ela estava ciente de que não permitiria tamanha brutalidade e para ela não importava mais a sua existência, se quisesse morrer em paz ela morreria feliz por ter feito o certo e por um lado veria que sua quase imortalidade veio com um propósito.
–Não ouse tentar nos impedir... Alice, monitore Rosálie vinte e quaro horas por dia, parece que ela não é a favor do nosso plano. - Edward lendo os pensamentos e decisões de Rosálie deu voz a uma ordem a sua irmã vidente.
–Edward não sei se vou conseguir, porque minhas visões estão falhas. Agora entendo por que. Era Bella, por isso não via muito o seu futuro e não vi nada sobre essa tal criança. - a expressão de Alice era insatisfeita.
Porque ela não estava gostando de que sua visões estavam falhas, ela não gostava de ficar no escuro, contudo ainda tinha um mistério, mas que não importava agora, só o que importava era exterminar o mal pela raiz.
Tudo ficou decidido naquela noite e uma solução prática para o problema de todos surgiu. E um pacto foi feito, nada seria dito ou relatado para os Volturi, não enquanto não tivessem sua missão concluída, pois não queriam o risco de que Bella sofresse ao ver que ninguém faria nada para defender seu filho... Quer dizer, Edward queria preservar a sua face de bom moço... Acabaria com o filhote de seu inimigo e continuaria tendo a sua Bella ao seu lado. Com a morte do bebê ele a transformaria logo e não iria mais enrolar. Ela não sabia por que ele tanto relutava em transformá-la, era porque ele a queria ao seu lado...


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